Asas da Poesia *
 
“Asas minhas, desdobrem-se sem reservas
Indaguem os recantos onde pulse a vida,
e reanimem o amor nimbado de poesia!”
 
Maria Petronilho
 
Do jeito que passa esse tempo que passa,
Como água entre os meus dedos, - Feito vento,
Vou procurando por alguma asa...
Para chegar mais perto do firmamento!
Entre o brilho das estrelas,
E o possivel reflexo em tuas retinas claras,
Vou procurando o meu momento!
O instante em que o tudo se faça do nada,
Em que das dores sobrevenha algum alento,
E que das nossas palavras várias,
Sobressaia enfim um doce silêncio
Em que com a poesia, como escada,
Enfim eu toque teus cabelos com as pontas dos meus dedos,
E que nossos olhares se troquem profundamente e delicados,
Para que num impulso, recordemos novos beijos...
Estes são os desejos nas poesias que escrevo,
Já que de tão livre, tão cheia de si,
Você já nem viva em minha casa,
Nem divida comigo o prazer e a dor de um mesmo leito!
-Teu é o espaço e não o tempo que passa!


Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
24/06/2018

* Mote e ilustração recolhidos in Maria Petronilho