Flor de Narcizo

Um dia o moço Narcizo
Ao pegar água para beber
Viu que um rostinho refletia
Nas águas limpas do rio.

Olhou para trás e viu
Uma pequena linda e sorridente
Que em seus olhos olhou
Era a bela Ranulfa, por quem se apaixonou.

A menina encheu-se de amor
E em Flor de Narcizo se transformou.
Casada aos treze anos, sua família formou
E em seu simples jardim, novas flores brotaram.

No jardim brotaram flores
Que a vida de todos encantou
Foram treze filhos, muitos netos e bisnetos
A quem ela muito amou.

Ranulfa, Flor de Narcizo,
Dela perfume exalou
Cheia de vida e de sabedoria
Famosa "parteira" se tornou.

Andava léguas e léguas
A cavalo, carro ou a pé
Para "pegar uma criança"
Todos nela tinha fé.

Assim, passaram os anos
E essa destemida mulher
Perdeu o seu grande amor 
E mesmo assim ficou de pé.

Na cidade onde ainda vive
Reconhecida ela é
Pelo pobre e pelo rico
Considerada uma grande mulher.

Muitos anos se passaram e sua força minou
Esposa, mãe, avó, bisavó, amiga e comadre
Com seus 93 anos de idade
Guarda no peito muito amor.

Sorriso e lágrima se misturam
E desenham as letras dessa poesia
Nessa madrugada fria
Por falar dessa pessoa que só nos deu alegria.

Assim, a Flor de Narcizo construiu a sua história
Um dia, o ciclo se fechará
Deixará muitas saudades
Mas, continuará na memória.

Por Joyce Lima, neta da Flor de Narcizo
17/07/2018




 
Joyce Lima
Enviado por Joyce Lima em 17/07/2018
Reeditado em 16/03/2019
Código do texto: T6392066
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