Meu Mar

Hoje o mar é solidão,

Vejo ilhas,

Vejo barcos

Que não se tocam,

Sequer se aproximam.

A espuma das ondas que quebram nas pedras,

Nelas não ficam.

As ilhas, os barcos e a espuma

Apenas compõem a paisagem,

Monótona paisagem...

Desce suave a bruma de fim de tarde,

Embaçando a visão;

Logo irá escurecer,

Tudo sumirá no negrume da noite

E eu aqui, oprimido pelo silêncio,

Teimoso silêncio...

Vejo você na taça de vinho,

E, sem brinde,

Vou bebê-la

Até a última gota.

Alguém bate à porta.

É você, tenho certeza!

Sinto o perfume,

Antevejo o sorriso,

Meus olhos refletindo nos seus...

A bruma da tarde se esvai,

O sol volta a brilhar,

Os barcos atracam nas ilhas

Trazidos na espuma das ondas;

Tudo se integra...

Não há mais solidão,

O silêncio em mim deixou de ser opressor,

Agora me acalma a suavidade de sua voz.

Meu mar é você!

Hegler Horta
Enviado por Hegler Horta em 22/07/2018
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