Meu Mar
Hoje o mar é solidão,
Vejo ilhas,
Vejo barcos
Que não se tocam,
Sequer se aproximam.
A espuma das ondas que quebram nas pedras,
Nelas não ficam.
As ilhas, os barcos e a espuma
Apenas compõem a paisagem,
Monótona paisagem...
Desce suave a bruma de fim de tarde,
Embaçando a visão;
Logo irá escurecer,
Tudo sumirá no negrume da noite
E eu aqui, oprimido pelo silêncio,
Teimoso silêncio...
Vejo você na taça de vinho,
E, sem brinde,
Vou bebê-la
Até a última gota.
Alguém bate à porta.
É você, tenho certeza!
Sinto o perfume,
Antevejo o sorriso,
Meus olhos refletindo nos seus...
A bruma da tarde se esvai,
O sol volta a brilhar,
Os barcos atracam nas ilhas
Trazidos na espuma das ondas;
Tudo se integra...
Não há mais solidão,
O silêncio em mim deixou de ser opressor,
Agora me acalma a suavidade de sua voz.
Meu mar é você!