Lembrei

Hoje aquele menino voltou, sua insegurança, a taquicardia

Aquele que suava frio, que até da bola esquecia

Que olhava de longe, por entre pilares do colégio se escondia

Na postura a firmeza de uma geléia

Um suspiro profundo para oxigenar as ideias

O Sonho por perto? Um campeão de apneia

Expirar? Só depois para normalizar o pulmão

Num caderno a sua confissão

Poesias como panacéia de uma paixão

Ela mexia com aquele coração inocente

Profunda sensação de autocontrole impotente

Talvez por alguma ameaça real iminente

Só assim para explicar o porquê de tanta adrenalina

Músculos retesados com uma dor lancinante por cima

Só podia se culpa daquela menina

Loucura e medo como mestres no ensino

Aprendizado de vida com tanto desatino?

O que passava na cabeça daquele menino?

Hoje se quiser posso estudar aqueles processos

Estou de novo um apaixonado confesso

Culpa deste trem expresso

Eu nem estava esperando, quando sem querer embarquei

Estava na Estação da Paz, então se é bom eu não sei

Mas você me sorriu e de tudo eu me lembrei.