PRENÚNCIO DE ALEGRIA

Meus prosaicos versos que agoniam,

Precavida busca em te querer rimar,

Malogros intentos que me alforriam,

Ofegante desejo de a vida conquistar.

Luzeiros celígenos, excitam prazeres,

Em noites de breu e eu a contemplar,

Paisagem noturna, primazia dos seres,

Festivos passeios sob o céu sem luar.

Marulho das vagas, musical ebriático,

Navega a nau com a brisa a soprar,

Verdes mares... que mundo fantástico!

Caravelas de amor, o mundo a singrar.

Flexuosidade dos arroios... tão belo!

Êxtase visual da montanha a admirar,

Panorama suntuoso, que tanto anelo,

Existência ditosa, prostrado a sonhar.

Ah!... quão belo é a Natureza em festa!

Que mais há de sublime para mostrar?

Sepulto no silêncio à tanta promessa,

Prenúncio de alegria... espero chegar!

Riva. 014

Rivadávia Leite
Enviado por Rivadávia Leite em 28/10/2005
Reeditado em 28/10/2005
Código do texto: T64514