assim, tão longe

Eu te amo

Mas amo mais a mim

Eu preciso ser preciso nas minhas coordenadas

Epistemológica da lógica da minha subjetividade

Por isso preciso dosar todo o meu lirismo

Pois estou farto das minhas próprias entregâncias

E extravagâncias do meu romantismo exacerbado

Sim, eu te clamo

Mas reclamo mais ainda pela minha pretensa razão de viver

Preciso enxergar minhas dores, matar o morrido

Plantar novas flores e lavar os lençóis que um dia suou

Por isso acordo antes que durmam as últimas estrelas

E busco nas vozes dos sábios antigos

O gemido que busca estancar gotas de sangue da dor

Claro que te chamo

Mas derramo em minha consciência a razão e não me iludo

Pois estamos tão distantes que apenas sussurro seu nome

Nas noites frias e vazias de solidão nas ruas daqui da capital

Entretanto trago em mim um dragão e uma espada real

Sou selvagem e sou guerreiro que luta por melhores condições

Em sobreviver assim, tão longe de você

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 25/10/2018
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