Resquícios
Risco desenhos de teu nome
Esculpo na madeira podre, a tua face
É uma fome que (por quê?) mantenho
do amor que nada diz, sobre teu disfarce
Eu rabisco torto na pauta musical
composição salubre em tom menor
Esse amor abismal, indesejado...
tem gosto fermentado de suor
O vinho da saliva -aqui me contradigo,
não tem mais o sabor de "viva!"
Não há o tinto, nem o rascante
do que antes era paixão ativa
Fotografo e nada que há, revelo
da paisagem que segue sem sorriso
O amor que já é por todo perdido
de tão doído nem mais é preciso
A cama esquecida grita solidão
e o eco se perde no meio da sala
A canção que acima, disse: escrevo
muda de tom e também nada fala
Resquícios
07-12-2018
16h06min
(Murillo diMattos)