De nenhuma virtude ou grande sorte

De nenhuma virtude ou grande sorte

até os anos dezoito,

fui tão comum moçoilo

que vivia somente pela morte.

"Não tem nada na vida que me importe!"

Mas na maioridade,

no entanto, e é verdade,

encontrei essa moça de que falo

no tipo mais vulgar de bate-papo...

...Era a minha metade.

A moça mais incrível do universo!

Ela inspirou meus lemas,

fez sumir meus problemas,

é somente descrita pelo verso.

Quem tem ponto de vista algum diverso

não conhece a figura,

não viu nem a gravura,

pois quem vê, quem conhece, diz: "É Vênus!"

e só desdiz ao ver que ela, sabemos,

é melhor que a pintura.

Anos na escola mudo, solitário,

sem nenhuma amizade

por toda a puberdade

conceberam-me o estado tão precário

no qual ela me achou. Foi literário!:

Com muita paciência,

carinho e diligência

curou-me a depressão e fez loucuras:

beijou-me e me levou para as alturas

de minha adolescência.

Abelha, minha Abelha, temos juntos

mil e vinte e um dias

e, como nunca, brilhas

para jamais faltar-nos os assuntos.

Temos vinte e um anos os dois, juntos,

e seguimos crescendo

nos achando ou perdendo,

mas crescendo, e sentindo a areia bege,

feito escudo que cresce e nos protege,

nas mãos adormecendo.

Abelha, minha Abelha, um Obrigado!

à graça de teu rosto,

à surpresa do gosto

por um garoto bobo e mal barbado!

Nunca haverá, maior que o teu, agrado;

nunca, maior que a minha,

gratidão interina!

Nunca serei sem ti sendo a meu lado!

Abelha, minha Abelha, um Obrigado

por fazer minha vida!

11, 12/12/2018

Entregue à abelha em nosso terceiro encontro, no dia 14/12/2018.

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 25/12/2018
Reeditado em 22/07/2020
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