Sonhar e amar

Houve uma vez um verão sem calor, de sol ameno

Quando o amor distante tornou-se impar compleição

Nos corações adormecidos,indiferentes ao que se dizia

A grandeza do sentir e a beleza do sonhar.

Serena era a gaivota sobrevoando o mar

Em busca da sobrevivência, que acalmava

O pescador e mostrava-lhe a direção a chegar,

Era um tempo de bonança, que se nutrindo de fé

Um dia há de voltar e para sempre amar.

Papável era o progresso que mesmo este poeta cantando

O regresso nada ia mudar, a paixão era avassaladora

Fazia bons ventos soprar e nos corações aflitos, repito:

Houve uma vez um verão, sem calor, de sol ameno

Em que meu ser nada mais queria a não ser amar.

Tudo mudou, não se deve mais sentir, não se deve

Mais com esse tempo sonhar; é preciso ser duro

Na queda, forte feito pedra ao conjugar o verbo

Amar, esquecer-se do amor-poesia, o pão de cada dia,

Que nos leva dias melhores almejar.

Então sigamos... levando a vida amada e mal-amada,

Sem esquecer que este amor nos vão momentos precisa

Ser lembrado, oferecendo-se a um sorrido amigo estando

Ou não sem abrigo nos dias de verão ou noite fria enluarada.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 17/09/2007
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