Sonhar e amar
Houve uma vez um verão sem calor, de sol ameno
Quando o amor distante tornou-se impar compleição
Nos corações adormecidos,indiferentes ao que se dizia
A grandeza do sentir e a beleza do sonhar.
Serena era a gaivota sobrevoando o mar
Em busca da sobrevivência, que acalmava
O pescador e mostrava-lhe a direção a chegar,
Era um tempo de bonança, que se nutrindo de fé
Um dia há de voltar e para sempre amar.
Papável era o progresso que mesmo este poeta cantando
O regresso nada ia mudar, a paixão era avassaladora
Fazia bons ventos soprar e nos corações aflitos, repito:
Houve uma vez um verão, sem calor, de sol ameno
Em que meu ser nada mais queria a não ser amar.
Tudo mudou, não se deve mais sentir, não se deve
Mais com esse tempo sonhar; é preciso ser duro
Na queda, forte feito pedra ao conjugar o verbo
Amar, esquecer-se do amor-poesia, o pão de cada dia,
Que nos leva dias melhores almejar.
Então sigamos... levando a vida amada e mal-amada,
Sem esquecer que este amor nos vão momentos precisa
Ser lembrado, oferecendo-se a um sorrido amigo estando
Ou não sem abrigo nos dias de verão ou noite fria enluarada.