Poema de almoço

Um doce enredo de virtudes,

te olhar cortar legumes

sentado à mesa da cozinha.

Ao sol e lua dos dias

te faço meu órgão vital;

tentando ser alquimista,

te trasnformo em ar

e numa esquisita

absorção,

te transporto aos meus

pulmões,

para sentir o teu aroma

de uma forma menos simples.

A comida ferve.

Tuas pequenas mãos,

de pequenos dedos

milagrosos

tateiam objetos caseiros,

como quem brinca de deixar cair

coisas para deixar o ambiente mais leve.

Sentados à mesa da cozinha,

os legumes, as virtudes e nós dois.

Dil Erick
Enviado por Dil Erick em 18/09/2007
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