Apogeu do Prazer

Tem nos olhos o fogo fixo do sol escaldante

Que me queima lentamente em puro agrado

Tem na boca o fio de uma faca que corta pujante

Minha pele acorrentada em desejo sagrado

O deserto de suas expressões me suga a alma

Nos sertões dos seus olhos faleço em receio

Quando me encontro sã de puro devaneio

Aos pedaços, sorvida pela sua boca com calma

Em nossa órbita libertina eu quero dançar

Solenemente transfusa às restes da exaustão

Pegar em suas mãos censuradas pelo meu atiçar

E guiá-lo pelas linhas do meu corpo em pulsão

Restam-me cálidos gemidos aos pés do teu ser

Viajo até seus lábios munidos de puro clamor

Que me extrai todo ar, mal posso descrever

Portanto, apenas declamo este hino ao amor

Em desejo inspirado revelo-me a ti e não tardo

Longe de cântico religioso, (digo-te) é apenas paixão

Daquelas que escaldam o céu da boca em vã colisão

Pois é em meu peito que te guardo

Em meu corpo só te aguardo...

CarolAmantino
Enviado por CarolAmantino em 14/02/2019
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