Apogeu do Prazer
Tem nos olhos o fogo fixo do sol escaldante
Que me queima lentamente em puro agrado
Tem na boca o fio de uma faca que corta pujante
Minha pele acorrentada em desejo sagrado
O deserto de suas expressões me suga a alma
Nos sertões dos seus olhos faleço em receio
Quando me encontro sã de puro devaneio
Aos pedaços, sorvida pela sua boca com calma
Em nossa órbita libertina eu quero dançar
Solenemente transfusa às restes da exaustão
Pegar em suas mãos censuradas pelo meu atiçar
E guiá-lo pelas linhas do meu corpo em pulsão
Restam-me cálidos gemidos aos pés do teu ser
Viajo até seus lábios munidos de puro clamor
Que me extrai todo ar, mal posso descrever
Portanto, apenas declamo este hino ao amor
Em desejo inspirado revelo-me a ti e não tardo
Longe de cântico religioso, (digo-te) é apenas paixão
Daquelas que escaldam o céu da boca em vã colisão
Pois é em meu peito que te guardo
Em meu corpo só te aguardo...