Amantes

E de toda impureza de nossos passos,

Nasce a perfeição que nos une.

Como água e azeite de oliva,

Sem a ilusão de permissivos laços,

Temperamos nosso tempo,

Sôfrego de Devastada solidão.

Enlaço a ti e entre minhas pernas,

Tento lhe oferecer morada sagrada, convento.

Mas, como em um corpo só,

Sinto-te em mim, como uma galáxia em movimento,

Em um sentimento lento, que transcende o próprio tempo

Permite-me, que abaixo das estrelas,

Sentindo-me como se fosse mais leve que o vento,

Liberta e cativa me deixe adentrar em seu “eu” nada sereno.

E por instantes, sendo só eu o seu pensamento,

Bebo em sua boca minha sede,

E deleito-me em seu gosto, saciando minha fome,

E deito sobre ti meu medo de mais uma vez, ser a última vez.

E acordo em ver-te, ansioso a espera do toque, que se espera um dia poder ser sem hora.

E mergulho aguçada em ti, querendo fazer-te tão meu, que me esqueça onde começo eu.

E que sejas meu ar, até esse tempo acabar,

E que seja eu seu colo, seu ninho e sua algoz.

Doce, louca, devassa ou só uma paixão.

Que renasça o seu tempo em mim, e mesmo de longe, nunca deixaremos de cuidar do tempo em que somos só nós.

Izabelle Valladares Mattos
Enviado por Izabelle Valladares Mattos em 20/03/2019
Código do texto: T6602845
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.