Anjo ou Pessoa

Não sei se é um anjo ou uma pessoa,

Mas ela apareceu de repente, por encanto,

Sua voz, até então, em meu coração ressoa,

Em seu rosto só sorriso e nenhum pranto.

Não sei descrever sua beleza irradiante,

Pois não era apenas física, mas espiritual,

Fiquei sem palavras, sem ação por instante,

Já que nunca antes tinha vivido algo igual.

Se conheci gente, ali mudei meu conceito,

Asas não vi, aureola não percebi, mas senti

A força da alegria a contagiar com seu jeito

E simpatia, e energia, mais que isso eu vi.

Se me perguntarem seu nome, seu codinome,

Digo que é sinônimo de candura, de doçura,

Mas não sei rimar, se de palavras tenho fome

E, mesmo ao contrário, não teria verbo à altura.

Não consigo me expressar com sabedoria,

Não consigo traduzir o que tenho pensado,

Por isso recorro ao universo da poesia,

Onde com versos, a vida tenho incensado.

E agora venho me perguntar neste teclado:

Como pode ser infeliz quem vê uma flor

Que no seu jardim tenha desabrochado,

Quando vem lhe visitar o pássaro polinizador?

Quero terminar este poema com tal analogia

Dedicado àquela que tem perfume de fruta

Como um Gira Sol a sintonizar com a luz do dia,

Como uma linda imagem que brilha numa gruta.