Resumo

...depois de ouvir o teu silêncio,

-Leia-se a minha emoção-

é preciso sussurrar,

Para não o incomodar,

E para sempre o deixar ser silêncio.

Aprecio o fim de cada coisa,

como a semente trazendo uma mudança.

Assim, como o sol que morre,

transforma-se na lua,

e quando dança, vai serenando pelo infinito;

Ou seria certo, talvez, escrever "madrugada"

para rimar-te, minha amada?

Tudo parece tão grande, incontido

Que a minha pequenez,

Torna-me resumido;

Até os poemas são para mim

Grandes desconhecidos diante do amor!

Belo como são as flores,

Que, seduzidas pelas manhãs carmesins,

Correm para encontrar o sol

ao longo dos jardins;

E os poetas, comovidos,

Morrem de amor por aquilo que nelas viceja.

Amor de pureza,

Que, às vezes, lhes causa uma certa inveja...

https://www.youtube.com/watch?v=p4fWA3e_sRo

As pessoas acham que solidão é sinônimo de tristeza. É uma interpretação errada, porque tudo o que há de belo sempre acontece quando se está sozinho, nunca no meio de uma multidão. Estamos condicionados a achar que ficar sozinho provoca mal-estar. E que a felicidade reside em estar com outras pessoas. Isso nem sempre é verdade. A felicidade que se origina em estar com outras pessoas é muito superficial, enquanto a felicidade que surge quando você está sozinho é muito profunda. Portanto, aproveite-a.

Quando se mergulha completamente na profundidade da solidão, todos os relacionamentos parecem superficiais. Mesmo o amor não pode ir tão fundo quanto o “estar só” porque o amor pressupõe a presença de outro e essa presença mantém você mais perto da periferia.

Quando não há ninguém e você de fato está sozinho, o perigo é começar a afundar e afogar-se em si mesmo. Não tenha medo. No começo esse afogamento se parecerá com a morte e uma melancolia irá cercá-lo porque você só conheceu a felicidade com outras pessoas, em outros relacionamentos. Espere um pouco. Deixe-se afundar até que o silêncio se imponha e traga, junto com ele, uma espécie de dança, um movimento em seu interior. Nada se move e ainda assim tudo é muito rápido. Os paradoxos se encontram e as contradições se dissolvem.

Sente-se em silêncio em frente à parede, relaxado mas alerta. A qualquer momento algo pode surgir em você. Não há para onde ir: em qualquer direção que você olhar haverá uma parede. Paredes são muito bonitas. Não coloque nem mesmo um quadro, deixe a parede lisa.

Quando não há nada para ser visto, aos poucos o seu interesse em ver desaparece. Paralelamente, outra parede se levanta — a parede do não-pensamento.

É preciso chegar a um acordo com a própria solidão. Enfrente-a e você perceberá que ela muda sua cor, muda sua qualidade — até seu sabor fica totalmente diferente: a solidão se transforma em “estar sozinho”.

O isolamento vem acompanhado de sofrimento, mas a solidão é uma extensão da felicidade.

Meu amigo Chandra.