Volta um dia, volta!

Se tudo que tenho

se resume em barganhas

de ouro, de galenas

esquecidas,

então sou pobre

de ti, amor.

Sua vida não tem

pesos, nem arruelas

de prata.

Sua vida retém

a cor do céu,

o brilho do beijo

o sincero do abraço!

Tenho saudade!

Saudade até da França!

Ah! Saudade de criança!

Saudade de morrer!

Saudade que avança,

saudade sem fiança!

Agora sou traído

pelos galões,

que são de vinho,

que são, agora, de vida,

mas que preparam minha

eternidade de vilão !

No sepulcro róseo do chão!

Volta um dia.

Volta!

Pois sou homem, guardião

de portas,

à procura de minha mulher,

que um dia se foi

sem resposta!

José Kappel
Enviado por José Kappel em 20/07/2019
Reeditado em 30/09/2019
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