O Marinheiro e Mar Morto
O marinheiro, desbravado, percorrera os 7 mares
Feroz e domador, carecia-lhe de ninguém ao seu lado
Com um sentimento de angústia, saiu entristecido
Em busca de um lugar nunca antes explorado
Caiu no mar morto, por desatenção, meio sem intenção
O mar desinteressante e desajeitado, inexplorado e virgem
Chamou a atenção do marinheiro por sua beleza crua
Que numa total contramão, ancorou naquelas margens
O Marinheiro, então, observou por muito e muito tempo
Como algo tão simples e belo não fora descoberto antes?
Águas calmas, límpidas, gosto doce de desbravar
E o marinheiro, que nada como ninguém, mergulhou
Provou o doce mar, sorriu, gritou
Sentiu, ouviu, amou, chorou
E o mar morto, sereno, afinado com tons angelicais
Com o melhor veleador de todos os tempos não se intimidou,
E nele o marinheiro se afogou.
Eu marinheiro,
Ele mar morto,
Eu me afoguei.