O Marinheiro e Mar Morto

O marinheiro, desbravado, percorrera os 7 mares

Feroz e domador, carecia-lhe de ninguém ao seu lado

Com um sentimento de angústia, saiu entristecido

Em busca de um lugar nunca antes explorado

Caiu no mar morto, por desatenção, meio sem intenção

O mar desinteressante e desajeitado, inexplorado e virgem

Chamou a atenção do marinheiro por sua beleza crua

Que numa total contramão, ancorou naquelas margens

O Marinheiro, então, observou por muito e muito tempo

Como algo tão simples e belo não fora descoberto antes?

Águas calmas, límpidas, gosto doce de desbravar

E o marinheiro, que nada como ninguém, mergulhou

Provou o doce mar, sorriu, gritou

Sentiu, ouviu, amou, chorou

E o mar morto, sereno, afinado com tons angelicais

Com o melhor veleador de todos os tempos não se intimidou,

E nele o marinheiro se afogou.

Eu marinheiro,

Ele mar morto,

Eu me afoguei.

Santos Delbach
Enviado por Santos Delbach em 13/09/2019
Reeditado em 13/09/2019
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