PROLEGOMENA

Do tempo antes do tempo das eras,

As cenas revelam as dores silentes.

Do céu perdidas as estrelas cadentes,

Sem brilho o poente, sem brisa as celas;

Viçoso Outubro de vertigens tão certas

e de festas feitas no mármore frio!

A café requentado regava-se o brio

Do bom moço exibindo cicatrizes abertas...

Incipiente, uma fé com tão poucos dias

Arremessada nos braços da experiência;

O sabor da laranja, o frescor da essência,

Escorriam nas mãos de minhas alegrias...

Fizeram a trilha dos sons os talheres

Uma tarde comum tornou-se o prazer

Desprezando o passado, me pus a dizer:

Bendita é só esta entre as mulheres!