Perspectivas

Abrem-se as portas do mundo

Já não importa mais a lealdade.

Nem a verdade do existir,

Porém, na argúcia dos versos,

Pode um amanhã reverso surgir

A te acordar com este prelúdio

De verso que alude o presente

Assuma e afirme a identidade

E despreze a ingratidão dolente.

Longe, na solidão do deserto,

De certo me abdicarás também

No mais paupérrimo logradouro

Lugar onde não mora ninguém.

O agora é meu presente, voce sabia?

Do futuro ninguém sabe apenas sente

Verde esperança de colorida magia

O hoje exige um pensar premente.

Cachoeiras em feições de livres quedas

Declives em flúmenes e regatos

Às margens pulo de um lado ao outro

Feito gato do mato a não ser rasgado por serpentes.

Colho flores e nelas ainda vejo amores

Mas os clamores invadem minha alma

E de repente acalma minha solidão: - “Ligue não!” -

Mendigo eu sou deste teu vasto coração.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 24/10/2019
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