Perspectivas
Abrem-se as portas do mundo
Já não importa mais a lealdade.
Nem a verdade do existir,
Porém, na argúcia dos versos,
Pode um amanhã reverso surgir
A te acordar com este prelúdio
De verso que alude o presente
Assuma e afirme a identidade
E despreze a ingratidão dolente.
Longe, na solidão do deserto,
De certo me abdicarás também
No mais paupérrimo logradouro
Lugar onde não mora ninguém.
O agora é meu presente, voce sabia?
Do futuro ninguém sabe apenas sente
Verde esperança de colorida magia
O hoje exige um pensar premente.
Cachoeiras em feições de livres quedas
Declives em flúmenes e regatos
Às margens pulo de um lado ao outro
Feito gato do mato a não ser rasgado por serpentes.
Colho flores e nelas ainda vejo amores
Mas os clamores invadem minha alma
E de repente acalma minha solidão: - “Ligue não!” -
Mendigo eu sou deste teu vasto coração.