TARDE NO CAMPO
O barulho do silêncio
Soa em meus ouvidos abafando os canhões dos generais.
Grilos e outros pequenos animais reinam na mata
Onde o rio transcorre a vida.
Entardecer especial.
Em qualquer lugar do mundo faz-se a paz ao recolher do sol.
Mata-se ao amanhecer,
Vive-se ao entardecer,
Morre-se ao anoitecer.
Menino pé sujo cheirando a sabonete.
Cai a tarde e faz-se a hora.
Limpo
Cabelos molhados penteados
Pés descalços
Verde soltando perfume
Diversos aromas estonteando alma
Exultação de alegria
Choro de felicidade
Mundo parando rotatividade
Homens aplainando sanha
Nesse momento retorno, origem!
Mata-se ao amanhecer
Vive-se ao entardecer
Morre-se ao anoitecer.
Casal de namorados
Mãos dadas
Corações entrelaçados num beijo
Em tarde perfumada de verão
O pai não bate mais em seu filho
Mesa farta
Não mais a fome
Acabaram-se as guerras
Surge enfim o entardecer
Faz-se a paz!
[TEXTO PROTEGIDO POR REGISTRO]