TARDE NO CAMPO

O barulho do silêncio

Soa em meus ouvidos abafando os canhões dos generais.

Grilos e outros pequenos animais reinam na mata

Onde o rio transcorre a vida.

Entardecer especial.

Em qualquer lugar do mundo faz-se a paz ao recolher do sol.

Mata-se ao amanhecer,

Vive-se ao entardecer,

Morre-se ao anoitecer.

Menino pé sujo cheirando a sabonete.

Cai a tarde e faz-se a hora.

Limpo

Cabelos molhados penteados

Pés descalços

Verde soltando perfume

Diversos aromas estonteando alma

Exultação de alegria

Choro de felicidade

Mundo parando rotatividade

Homens aplainando sanha

Nesse momento retorno, origem!

Mata-se ao amanhecer

Vive-se ao entardecer

Morre-se ao anoitecer.

Casal de namorados

Mãos dadas

Corações entrelaçados num beijo

Em tarde perfumada de verão

O pai não bate mais em seu filho

Mesa farta

Não mais a fome

Acabaram-se as guerras

Surge enfim o entardecer

Faz-se a paz!

[TEXTO PROTEGIDO POR REGISTRO]

Anália Maia
Enviado por Anália Maia em 06/11/2005
Reeditado em 10/11/2005
Código do texto: T67944