Mundo novo (at)

Cobiço ir-me enquanto oscila o destino

Que notei fulgindo na atmosfera

Nas planícies dum mundo distante.

Sairei da minha cidade ao entardecer

Na hora decadente com o belo a sonhar

Em meu povoado risonho.

Deixarei portas e janelas abertas

Para que todos me vejam sair

Verei Mulheres Reais vivas e serenas

Acenando para eu voltar.

Estará todo arcabouço preparado e feliz

Seguirei ao infinito dos sonhos

Com alma em busca de novos caminhos,

Certo de que ninguém deixei chorando.

Minha mãe está morta

E a mulher que amo não é mãe dos filhos meus

Eternamente amada, eternamente mulher

Certamente deixará que eu siga sozinho.

Sem consternação nem desgosto!

Ganhei de Deus a idolatrada...

Verei distanciar minha cidade

E logo os campos se abrirão em flores.

Aceitarei o frio ou calor, serei

Como um tronco a boiar no oceano

E se o acaso fizer alguém chorar

Eu volto, mas adeus jamais direi às planícies.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 26/12/2019
Reeditado em 27/12/2019
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