Depois daquele olhar...

Eu estava calado, pensativo

Perdido na indiferença

Imerso em mim e contemplativo

Mas no final, fisgado por um olhar furtivo

As vezes penso nas conspirações

Aquelas pensadas a beira do abismo

Quando pensamos que cessaram as emoções

Algo impensável agita nossos corações

Revisitamos a luz mesmo sem querer

E ser pego desprevenido é quase impensável

Pensando eu que já era hora de morrer

Um olhar novo e um novo brilho nos faz viver

Pudera eu prever o futuro

E me esgueirar de todas as armadilhas

Estava tudo tão calmo e escuro

Que esse olhar eu não pude prever

Como que resgatado da solidão

Uma palavra doce eu pude ouvir

Mesmo que eu não quisesse escutar

Já era tarde para não sorrir

E me fiz ouvinte da sua boca

Acompanhando cada movimento

Naquele momento já desarmado

Deixei fluir um novo sentimento

O toque de uma mão na outra

Foi como um alívio para todo sofrimento

É impossível e não posso negar

Tudo ao redor parou naquele momento

Eu apenas ouvia enquanto seu corpo falava

Seus olhos me guiavam sem querer

E quando pude perceber

Era tarde demais para um não dizer

Ainda calado e contemplativo

Feliz por uma boa conversa

Parafraseando com calma e elucidativo

Ganhei muita mais que um olhar furtivo

Agora já mais seguro e sorridente

Sem o peso da agitação do ambiente

Mal percebia a alegria ao meu redor

Quanto mais te ouvia, melhor...

O tempo passou velozmente

Quando percebemos a noite havia acabado

Ambos saíram dali diferentes

De alguma forma, apaixonados

Ouvindo November Rain - Guns N' Roses

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 03/02/2020
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