NOSSA ESTRADA

Eu não sei se são olhos de mar, de céu, de janelas da minha vida,

Talvez esse corpo aos 20, 30, 50 ou 100 anos, meu doce repouso,

Quem sabe esse jeito de interior, de café fresco, de fogão à lenha,

A varanda, a cadeira de balanço em movimento e tão nossa casa.

Filhos que ainda não nasceram e rosas que ainda não cresceram,

Os frutos fartos como os riachos que não secam, somente brilham,

Seria a pequena sereia que cresceu e que canta cada vez melhor,

Areias fofas que recebem, que massageiam a pele tão sem juízo?

Não tenho a menor ideia se poderia ser mais uma história de lutas,

Esses campos e uns grampos que caem quando ela corre de mim,

Os dois seios que alimentam minha criança mimada e ainda ávida,

Aves que riscam os ares, certos lugares, em que teimas em reinar.

Não sei se acreditaria se eu falasse quanto o amor faz doer, moer,

Ele clama cada segundo por viver, morrer, quer renascer por você,

Mas, como não sei mais o que fazer com tudo isso me consumindo,

Me entrego, aceito seu sim e o seu não, aperto a sua mão, prossigo.

Sérgio Sousa
Enviado por Sérgio Sousa em 10/02/2020
Código do texto: T6862786
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