A Dois, no Confinamento Solidário

Amanhece... Ele a zela, pajeia,

Dia cinza... Cuida, não titubeia,

Ela caminha, trôpega de sono,

Vai com ele, nua, no abandono.

Casal unido, lado a lado, a sós,

Sem vacilarem, vão sem nós,

Sequer sentem medo da ruela,

Sabem se cuidar da sina aquela.

Biquinhos ao ar, sem máscaras,

Sentem a brisa fria nas caras,

São aves, não são como pessoas,

Estas sim precisam de tapadas.

Desfrutam passeios, bem raros,

Caçam os alimentos e proventos,

Têm chances que nós não temos,

Podem ir e vir, bem tranquilos.

Orvalho do Céu
Enviado por Orvalho do Céu em 16/04/2020
Código do texto: T6919083
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