Maria


Esta chama que no peito arde,
na febre que perambula em busca dos seus caminhos,
que antes tentou retê-la
para que não viesse a saudade,
são hoje os fluxos,
limites reacionários
que explodem meu jeito,
machucam meu peito.
São repuxos,
chafarizes de água cristalina.
Meus olhos, duas meninas
tristes, que banham meu senso,
meu motivo maior de amor.
A sensibilidade poética se estreita,
a imagem de donzela se deleita,
enquanto a chama
escapa, proclama,
grita meus arredores,
eleva meus dissabores,
enquanto dormes ou fitas olhos que não sãos meus.
E ao rodapé da página extinta,
em um fim de pauta,
gravo seu nome em mais um poema,
dádiva suprema, legado de Deus.