O amor e meus transtornos
Crianças no céu e você perto e ao mar.
A mente se perde na barreira da escrita
A intuição se desdobra
A mente acautela
O peito paupita timidamente
Sentimentos se degladiam
A calma se força
Projeções abafadas
Imagens se repetem
Emociono-me diferentemente
Sentimentos labirínticos
Desejos de ousadia
Resignação latente
Os olhos...
Lembro vagamente dos olhos...
Desejo chorar
Confusão acalenta
Preparo a corrida
Seguro a mim mesmo
Perco-me em mim.
Um eu que parece tomado
Possuído e assustado
O medo da perda daquilo que não se tem
Tudo volta a misturar
Perco-me novamente
De novo
E de novo
E a pergunta se repete..
Por quê tudo isto parece fazer sentido?
Não me lembro ao certo quando foi que desejei algo tão diferente.
Garganta enrosca
E o choro retorna
Resigno-me
Não sei se parto
Não sei como fico
Há quem acha isto simples?
Apresento-me e desisto
Quero que veja enquanto corro
Quero não desejar enquanto fujo
Quero fugir enquanto fico
Parece valer a pena,
Ou só eu enxergo?
Por que eu sinto tanto?
O tempo me é supérfluo
Mas sei que é algo meu..
Mas por que parece teu?
Parece tão simples
Mas quando sai se desdobra
E mostra a confusão...
Talvez eu quase esteja apaixonado
Talvez eu já esteja e não aceite
Talvez tudo seja somente medo
Talvez seja um sonho ruim
Talvez os olhos não sequem
Talvez eu esteja delirando
O que será que eu mereço?
Não quero pensar em certo e errado
Rendo-me a mim mesmo
Ao silêncio, ao desejo de fuga e à vergonha
(Para que enfraquecer tanto a si?)
Peito destreinado
Forjado na dor
Habituado com a batalha
Firme, denso e forte,
mas se rasga ao toque suave da menor das mãos.