Vidraceiro
Eu trabalho numa loja de cristais,
Cuidando do meu amor cristalino.
O vidro moldado no calor da paixão
E no sopro da temperança, do tino.
Dou formas que acho que deveria ter,
Com transparência para mostrar o amor.
Mas, a luz que transpassava mostrava o suficiente,
Os olhos partiram de fora, ou do interior?
Logo, o meu coração era um cristal vazio,
Uma garrafa boiando, no entanto, sem mensagem;
Cujo o liquido do interior, eu já bebi,
Tornei-me uma garrafa no mar, sem perspectiva de margem.
Agora, eu deixo a garrafa vazia,
O vento sopra e aqui dentro assobia.
E não há mais nada que ao menos mude o tom,
Eu despejei o meu amor; restou o meu coração.