Vidraceiro

Eu trabalho numa loja de cristais,

Cuidando do meu amor cristalino.

O vidro moldado no calor da paixão

E no sopro da temperança, do tino.

Dou formas que acho que deveria ter,

Com transparência para mostrar o amor.

Mas, a luz que transpassava mostrava o suficiente,

Os olhos partiram de fora, ou do interior?

Logo, o meu coração era um cristal vazio,

Uma garrafa boiando, no entanto, sem mensagem;

Cujo o liquido do interior, eu já bebi,

Tornei-me uma garrafa no mar, sem perspectiva de margem.

Agora, eu deixo a garrafa vazia,

O vento sopra e aqui dentro assobia.

E não há mais nada que ao menos mude o tom,

Eu despejei o meu amor; restou o meu coração.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 23/11/2020
Código do texto: T7118864
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