Agonias, tormentos e paradoxos

Há uma mão que toca meus ombros desde cedo,

Fecho então meus olhos tentando suas lembranças buscar,

E quando os abro de repente você não está...

Desvio para o agora meus pensamentos,

Encobrindo assim minha tortura em sentimentos,

Que minha mente insiste em te recordar...

E eu então me vi em um grande deserto,

Perdido em sensações que nem sei ao certo,

Se é que sei pra onde vou...

Agonias amargas escorrem pela garganta,

Tormentos da sua imagem 'santa',

Que seus ímpetos desejos quebrou...

Me afasto cada vez mais da sua presença,

Aceitando assim a minha eterna sentença,

De nunca mais te ver...

Mas entendo cada vez mais o que já era lógico,

Embora tudo agora se veja meio paradoxo,

Sim eu realmente não era teu 'pertencer'...

Engraçado como o pensar as vezes me ajuda,

Você era uma mulher madura,

Que comigo queria só 'brincar'...

Eu homem em plena e lenta formação,

Com inúmeras formas de imaginação,

De juntos viver e nos amar...

Então me lembro da última noite acordado,

Deitado naquele sofá ainda magoado,

E você ainda insistindo em 'atormentar'...

E naquela manhã lhe dirijo um intimado,

Que pensasse o querias do meu lado,

Por que senão iria te deixar...

A tarde como eu já havia esperado,

Você fingia o nosso fracasso,

Tentativa infeliz de deixar passar...

E passou,

O tempo passou,

Pra mim e pra você mulher...

E simplesmente hoje sabemos,

E com outros casais vemos,

Os efeitos de não saber o que se quer...

E posso garantir,

Que mesmo com tantas saudades que um dia senti,

Jamais voltaremos a nos amar...

Só me restou o meu pensar,

Só me sobrou o meu penar,

E a ti minhas lembranças a sobejar....