Meu Anti-Amor

O Amor, o amor!

Que bonitinho!

Como supõe as coisas mais lindas do mundo...

Mas: Eu protesto caríssimos!

Qual! Pura melação!

É lindo o que sente? Lindo demais?

Então é amor o que deveras sente...

Lembra Camões? Lembra demais?

Então amas e pronto! Amais!

Mas acaso pergunta-me:

“Melação? Qual! Amo e pronto,

O problema é meu afinal!”

Sim! Debocho!

Não têm palavras,

Então dizem amor

Acaso não rima

a palavra anterior não é dor

Então apelam paixão

E depois usam o banal coração

Como é fácil falar de amor

Como são lidos os poemas tais

Como são ridículos

Como são falsos

Antes dissessem:

“Quero aquela p(*) e meter o p(*) nela”

Mas não, dizem:

“Quero aquela flor, e como sou beija-flor, vou beija-la, vou!”

Tudo bem! Podem beijar!

Eu também beijo! É vero!

E beijar é bom! Sim, eu também quero!

É sério!...

Mas que me desculpem os românticos,

Tudo bem, -(também sou, não parece...)

Mas se continuarem com esse lero-lero

A flor vai se entediar...

Essa coisa de corno – (“Só mais uma vez comigo, ou ou ou...”)

Essa coisa ui-ui-ui, ai-ai-ai

Que boiólice!

Parem com tolices

A galera esta é querendo dar

Dar fundo

Dar tudo

É uma espécie de Vinícius de Moraes

E isso eu garanto: é bem mais que amar!

Caroline Natalie Stroparo
Enviado por Caroline Natalie Stroparo em 15/11/2005
Reeditado em 09/05/2006
Código do texto: T71996