MEUS AMORES

Amores meus, em cada um, fíz projeto.

Destino ferino que uma mulher mo deu,

Paradigma da impiedade, eu só fui resto,

Maldito pretérito que a minh’alma viveu.

Em tuas oferendas só me deste desamor,

Essa ninfa louca que ao meu idílio fanou

Senda lúgubre fêz-me um nefasto desertor,

Do romance esplendente que nunca selou.

Ó mulher! Arquiteta és da minha solidão!

Envolta estás em um falsídico sentimento

Só desejas conquistas, não vês o coração.

Do amado alhures, em pesar açoitamento.

Afasta-te! Há muito preconizas sofrimento!

Nunca te apiedes com a delusória emoção!

Ao trovador que dita versos em desalento

Edifica n’alma a sua mais convicta oração.

Rivadávia Leite
Enviado por Rivadávia Leite em 07/11/2007
Código do texto: T726811