Ator solitário

O fúnebre lago de meu silêncio

É capaz de me mostrar o que eu não posso ver

Toda a realidade escondida por trás das máscaras da vida.

Aquela peça, chamada amor,

Que um dia me chamaste a encenar para ti...

Aquela peça...

Se eu a soubesse seria o meu último ato

Não faria o único papel.

Eu não posso atuar sozinho meu amor,

Toda a poesia escondida nas doces falas

Só tem sentido se forem sentidas...

Quando a cortina se abriu,

E vi que na platéia só havia você,

Fui tomado por um sentimento de extrema solidão.

Ouça o que te digo,

A peça não acabou,

Se a poesia não tem mais sentido,

É porque talvez ela não exista mais.

Que tal prestar um pouco de atenção no que eu digo?

Somente você pode dar vida aos meus desejos.

Vamos, aceite comigo, vamos interpretar juntos essa peça;

Cujo único público somos nós mesmos.

Preciso da luz dos seus olhos,

E do seu coração...

Mas a peça não foi terminada,

E todas as linhas finais

Terão de ser escritas com o nosso próprio sangue.

Que vir comigo escrever essas falas

Que só terminam em lágrimas?

A poesia voltou, as lágrimas voltaram,

A luz se apaga,

É o fim da peça, é o fim do desejo,

Que um dia você se recusou a realizar.

Died Prophet
Enviado por Died Prophet em 20/11/2005
Código do texto: T73812