Silente Amor
É no negrume da noite
Que escondo do mundo minhas lágrimas,
No meu singelo e sublime silêncio
Que disfarça toda a melancolia de minha alma.
Tu, que disseste me amar,
Que me beijaste tão docemente
Que me fez em ti me apaixonar;
Tu, alma que desejo, e alma que eu temo,
Que hoje me tem em seus braços,
Entre lágrimas e gritos de desespero,
És tu quem eu mais odeio... E que eu mais amo.
O amor que um dia tivestes por mim
E que hoje me diz não mais ter
Viciou-me em teu veneno, alucinante e fatal.
Eu choro escondido do mundo,
Pelos lábios teus, que um dia me amaram,
Pelo corpo teu, que um dia me quis,
Eu grito desesperado, buscando teu amor,
Mas sou silenciado por meus próprios olhos,
Que vêem nos teus,
Os mais frios sentimentos do coração.
Permanecerei aqui, isolado em meu silêncio,
Com a triste máscara de meu ódio,
Escondendo-me nas sombras,
De todos os sentimentos do mundo,
Que um dia me fizeram sorrir,
E que hoje me fazem chorar.