FORASTEIRO

Chegaste, forasteiro, à noitinha,

E sem saber se eu tinha

Espaço para te receber,

Pediste para te conceder

Guarida no meu coração

Vazio, havia um tempão.

E te abriguei desconfiada,

Cedendo, ficando apertada,

No meu salão de solidão,

E quando me dei conta

Já estava, de ponta a ponta,

Envolvida por essa paixão,

E sem poder dizer não

Deixei que o amor florescesse,

E, em felicidade envolvesse,

Os dias de minha vida.

29/02/04.