Chove chuva
Com a chuva de ontem o rio encheu,
A ponte caiu e o muro desabou
Casas nas aguas sumiram
Resta dignidade que a espera persiste.
Navegantes se aventuram no lago azul
Produzem ressonância nos paredões fissurados
Gritam alto, muito alto, até a rocha puir
E cair sobre o barquinho que nas águas dançavam.
Tudo era insólito, frágeis paredões em pedra sabão
Derreteram e foram ao fundo do lago
Cujo azul do vermelho sangue se cobriu
Pobres navegantes iguais a todos nós do Brasil.
Hombridade já não é sinônimo de destemido
Depois da avalanche impedir vidas de continuar
Viraram ancestrais depois da gleba tombada
Sobre os corpos, atenção viajantes, atenção.
Minas Gerais não é banhada pelo mar
Mas tem peixe vivo fora da lagoa
Minas é de ferro e aço, quem conhece não esquece jamais
Tem BH, Capitólio, Uberlândia e Sete Lagoas.