Chove chuva

Com a chuva de ontem o rio encheu,

A ponte caiu e o muro desabou

Casas nas aguas sumiram

Resta dignidade que a espera persiste.

Navegantes se aventuram no lago azul

Produzem ressonância nos paredões fissurados

Gritam alto, muito alto, até a rocha puir

E cair sobre o barquinho que nas águas dançavam.

Tudo era insólito, frágeis paredões em pedra sabão

Derreteram e foram ao fundo do lago

Cujo azul do vermelho sangue se cobriu

Pobres navegantes iguais a todos nós do Brasil.

Hombridade já não é sinônimo de destemido

Depois da avalanche impedir vidas de continuar

Viraram ancestrais depois da gleba tombada

Sobre os corpos, atenção viajantes, atenção.

Minas Gerais não é banhada pelo mar

Mas tem peixe vivo fora da lagoa

Minas é de ferro e aço, quem conhece não esquece jamais

Tem BH, Capitólio, Uberlândia e Sete Lagoas.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 16/01/2022
Reeditado em 16/01/2022
Código do texto: T7430395
Classificação de conteúdo: seguro