O sentido da vida

Uma mente tão perdida,

eu perguntava franzino:

"Qual o sentido da vida ?"

Dez anos 'inda menino,

conheci Santo Agostino

e também Thomas de Aquino.

Treze, nem tão garotinho,

li Schopenhauer e Nietzsche

e descobri o que é estar sozinho

Porém não ficamos quites,

eu e o Mundo, nem com Kant

e suas frases de elite.

Pois aquela provocante

dúvida nunca acabava.

Até que o tempo, elegante,

matou - me a tristeza escrava,

expondo a luz ofuscante:

foi quando te conheci!

Eu, tão densa e obscura noite,

em seguida amanheci,

graças a ti, meu deleite,

mais brilhante que o rubi!

Foi - me um sentimento inédito:

nós que estávamos tão tímidos

para todo o sempre, súditos

nos tornamos amor ávido.

Quero ser mais consumido

do que sou por teu carinho.

Quero causar-te libido

e fazer de ti meu ninho.

Considero-te a mais bela

e mais digna companheira!

Diante de ti, sou vela,

por que és ardente fogueira!

Lado a lado, lábio a lábio,

quero envelhecer contigo.

E nunca aceitarei câmbio;

Quero-te apenas comigo.

Como ti, ninguém amei.

Nunca me entreguei assim!

Como ti, nunca encontrei.

Sou só teu. Tu és só p'ra mim!

Quando enfim concretizarmos,

irei te afogar no mar

da paixão, e morreremos,

os dois juntos de tanto amar.

Mississipi
Enviado por Mississipi em 27/01/2022
Código do texto: T7438836
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