''Mutação''

A navalha que as vezes açoita meu corpo

tem fio afiado,tem brilho forte de aço

cortando meus delírios,rasgando minha dor

lentamente sangra,me desfaço

Esta faca que atravessa meu peito

tem adjetivos próprios

substantivos abstratos

pronomes retos

Em cada cicatriz ,desvenda mistério

em cada marca revela veneno

entre cortes e gritos

pressinto a queda e decadência do meu império

Nem sempre rainha,ou vassala

mulher mundana,serviçal

sangue nobre ,ou plebéia

minha raiz guardo sempre igual

o que resta desta alma

marcada por loucuras outrora

emerge com candura

sublima,aflora,acalma

dissidente inconseqüente

determinada fielmente

destemida e febril

carrego nos poros

a essência de jamais ser vil.