DA LOUCURA, A MAIS DOCE

O amor, quando existe não se cala

nem contém sua própria nudez.

Entrega-se de alma ao provável abismo

que adivinha e geme e grita

pela insensatez que se avizinha.

Aquele que dessa insânia vive,

não quer afastar de si, a loucura.

Quem o merece e tem de outro ser

essa oferenda, sabe bem

do que é morrer e vir novamente

beber nos olhos de quem se ama, o veneno,

o irresistível vinho que queima a pele

e a vida, em embriagues e doçura.

Saramar
Enviado por Saramar em 11/12/2007
Código do texto: T773044