Armadilha
Ainda estou vendo o sol se por
do dia que eu te vi pela primeira vez,
naquela tarde fria de junho
quando meu mundo estava desabando,
mas você me abraçou
e eu consegui respirar novamente;
envolta nos teus braços apertados em mim,
eu nunca mais me senti bem assim.
A noite caiu em segundos
e eu me vi admirando a Lua com você,
e você se tornou a minha Lua.
As estrelas iluminavam o céu
e eu me perdi no céu da tua boca.
O barulho do vento me assustava,
mas era pequeno
perto de você sussurrando em meu ouvido
tudo o que eu queria ouvir de você.
Você encaixou tua mão na minha
e eu me esqueci de tudo.
Meu mundo parou
só para que eu pudesse te olhar.
Eu conheci o amor nos teus olhos,
que queimaram os meus
e eu me apaixonei pelas chamas,
até você me jogar no fogo
e me fazer queimar por dentro
até que tudo fosse cinza dentro de mim.
Eu me lembro de você como se você
nunca tivesse ido embora,
mesmo que isso não seja real agora.
Você me destruiu e eu ainda te amei,
e isso me quebrou.
Quando digo que te amar
me destruiu,
quero dizer que nunca mais sorri
da mesma maneira,
nunca mais senti o mesmo
ao ver o sol se por
e nunca mais cheguei perto
de nenhuma outra flor.
Quando digo que me destruiria de novo
só para te ver sorrir,
me refiro à minha doentia fascinação
por desconfortos conhecidos.
E o meu amor me rasgou em pedaços
e cada pedaço virou uma nova versão de mim,
caso você quisesse me visitar de novo,
mas estivesse procurando por algo diferente.
Eu ainda caminho pelas ruas da sua cidade
em busca de trombar contigo sem querer;
mas, no fundo, eu espero nunca mais te ver.
Eu passei anos odiando o amor
e torcendo para que nunca mais caísse
na armadilha dos seus encantos.
Talvez, eu realmente não tenha a mínima ideia
do que ele é,
mas, se ele for apenas o que eu senti por você,
eu espero que ele nunca mais
me faça estremecer.