Tempo, tempo, contratempo
A marca da dança ecoa em meu peito
Tempo, tempo, contratempo
Passou um minuto, passou uma hora,
Cadê você — que não foi embora?
Rasgos do seu ser esparramados na retina
Juro, juro, não tomei psilocibina!
Te procuro, taquicárdico, por todo o salão
Pisquei os olhos — e você não viu (sumiu)
O tempo te roubou enquanto eu dormia
Embalado ao ritmo, não vi sua partida
Mas dentro de mim, nego sua despedida
Vou te amar para sempre, pequena cotovia
Entre cada sístole e diástole sincera,
Entre cada gemido ungido pela espera,
Havia o desespero de jamais te encontrar
Tempo, tempo, contratempo
Olho para frente — vejo minha dama,
Sinto seu perfume... violeta,
Sinto sua quentura... ardida
Um arrepio me deixa encafifado
Você nunca saiu dos meus braços!
Dançamos juntinhos a noite inteira!
E sonhei que te perdi de segunda a sexta-feira
Mas você não partiu (não!),
Você não desistiu (nunca!)
Quem me deixou no ar (a divagar)
Foi meu eterno medo... de amar
Inabalável — toca a orquestra na pista
...Tempo, tempo, contratempo...