A SIMPLICIDADE DO AMOR
Falar de amor é tentar tocar o vento,
capturar seu eco fugidio.
Cada palavra, uma tentativa de quebrar o silêncio
que o amor, em sua essência, nos oferece.
Ao amanhecer, o amor se revela em um sussurro,
como um raio que se infiltra nas sombras da manhã.
É a flor que nasce sem pressa,
cultivada pela brisa e pela chuva silenciosa,
invisível aos olhos que buscam espetáculo.
Nos gestos de cada dia, o amor se revela,
no sorriso que se troca sem pressa,
no abraço que fala sem palavras.
No cotidiano, o amor floresce sem ruído,
no compasso suave do tempo que não corre.
E quando a rotina nos embriaga com sua névoa espessa,
tentamos encontrá-lo em algo grandioso,
esperando ver nas estrelas o que está diante de nós:
o amor nas pequenas coisas,
na imperfeição do toque, no suspiro da noite.
Tentei entendê-lo como se fosse uma obra a ser dominada,
como a luz que se esvai,
como a estrela que dança e nunca se repete.
Mas o amor é maior do que tudo isso,
não precisa de explicações ou gestos grandiosos.
Ele é a ausência de tudo o que queremos explicar,
e é, ao mesmo tempo, o que preenche as lacunas da alma.
Não está longe,
mas ao nosso lado,
nas palavras não ditas,
nas mãos que se encontram sem pressa.
O amor é um poema que nos escapa,
não por ser incompleto,
mas por ser maior que qualquer verso que tentemos escrever.
E, sem que esperemos, ele se revela,
com a pureza do silêncio que tudo diz.