A SIMPLICIDADE DO AMOR

Falar de amor é tentar tocar o vento,

capturar seu eco fugidio.

Cada palavra, uma tentativa de quebrar o silêncio

que o amor, em sua essência, nos oferece.

Ao amanhecer, o amor se revela em um sussurro,

como um raio que se infiltra nas sombras da manhã.

É a flor que nasce sem pressa,

cultivada pela brisa e pela chuva silenciosa,

invisível aos olhos que buscam espetáculo.

Nos gestos de cada dia, o amor se revela,

no sorriso que se troca sem pressa,

no abraço que fala sem palavras.

No cotidiano, o amor floresce sem ruído,

no compasso suave do tempo que não corre.

E quando a rotina nos embriaga com sua névoa espessa,

tentamos encontrá-lo em algo grandioso,

esperando ver nas estrelas o que está diante de nós:

o amor nas pequenas coisas,

na imperfeição do toque, no suspiro da noite.

Tentei entendê-lo como se fosse uma obra a ser dominada,

como a luz que se esvai,

como a estrela que dança e nunca se repete.

Mas o amor é maior do que tudo isso,

não precisa de explicações ou gestos grandiosos.

Ele é a ausência de tudo o que queremos explicar,

e é, ao mesmo tempo, o que preenche as lacunas da alma.

Não está longe,

mas ao nosso lado,

nas palavras não ditas,

nas mãos que se encontram sem pressa.

O amor é um poema que nos escapa,

não por ser incompleto,

mas por ser maior que qualquer verso que tentemos escrever.

E, sem que esperemos, ele se revela,

com a pureza do silêncio que tudo diz.

Sezar Kosta
Enviado por Sezar Kosta em 05/02/2025
Código do texto: T8257998
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.