Poema

Aquela-que-vem

não brilha: cega.

Apaga a retina,

riscando sulcos

no branco do dia.

Levanto um pano:

cortina espessa,

contendo o excesso

sintático, pluvial.

Que peleja infiltrar:

leito d’água em pedra porosa.

E o caminho feito:

de rastro seco.

Árvore, outrora alada,

só a sobra do sonho:

úmida, sem insopar.

Quando sumo,

não deixo perfume,

mas palavras sem dono

e um amor

sem endereço.

Eu sou uma nuance
Enviado por Eu sou uma nuance em 13/05/2025
Código do texto: T8331342
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