O doce ficou amargo

Sem cerimônia, você invade meus sonhos,

Com um olhar fatal e uma fome de amor insana,

Mas antes do amanhecer, você se vai,

E eu desperto impregnado com seu cheiro.

Atordoado, abro os olhos, procuro-te e não te vejo,

E sobre um móvel antigo, me maltratando,

A nossa foto, sorrisos de luz, intimidando o sol,

Congelada pelo tempo, me faz lembrar nossos beijos.

A foto agora é moldura da minha dor,

Naquele tempo, transbordávamos alegria,

Hoje tudo é passado, nosso vínculo foi quebrado,

Sobrou o orgulho, a confiança foi perdida,

Acabou-se o diálogo, nosso laço se rompeu.

A dor e a saudade me consomem,

Restaram apenas lágrimas e a melancolia,

Há muita revolta em nós e em mim a luz se apagou,

Petrificado, isolado do mundo eu estou.

Evito ir para a rua, raramente me divirto,

Procuro outros caminhos, eu não quero reviver,

Os jardins e as flores que enfeitavam nosso viver.

Também evito o luar e as estrelas,

Com eles fazíamos juras, porém elas não vingaram.

Me restaram os sonhos para te encontrar,

Assim nós nos amamos com a pureza que em nossas almas há.

Apesar de atordoado, eu ainda consigo entoar nossa canção,

Na esperança que o meu cântico te alcance e toque o seu coração,

Talvez, para mim você decida voltar, e aconchegados,

Possamos recomeçar e eternamente nos amar.

Samu Franco
Enviado por Samu Franco em 13/05/2025
Código do texto: T8331548
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