✨ Sem Volta – Um poema que exala você ✨
E assim, sem aviso,
você aconteceu.
Bagunçando tudo dentro de mim,
revirando minhas certezas,
me colocando de joelhos —
súdita dos teus desejos.
Descortinou o universo
na curvatura do teu corpo nu,
meu santuário e perdição.
Magnetizada por tuas palavras,
presa à tua boca, ao teu sorriso,
atada em tua teia,
sem chance de fuga —
e talvez... nem queira.
Agora que quebrei o selo,
agora que você decifra meus códigos
como quem lê poesia antiga no escuro,
com a ponta dos dedos...
Agora que tens livre acesso
a tudo de mim —
como te deixar?
Como não te querer
todos os dias um pouco mais?
Como vislumbrar o amanhã
sem o teu nome no meu pulso?
Já não sei onde você termina
e onde eu recomeço.
Teu nome vibra nas paredes do meu peito
como um mantra sagrado e perigoso.
Meu corpo reconhece o teu toque
mesmo no silêncio das horas.
Você me atravessa com um olhar,
como quem desvenda um segredo
que nem eu sabia guardar.
E eu?
Eu deixo.
Eu me deixo.
Porque há um quê de destino em nós,
uma conspiração divina nas entrelinhas,
como se o tempo todo a vida estivesse
me preparando pra te receber.
Me desfaço dos escudos,
abro mão dos mapas,
e me perco — com gosto — em ti.
Não existe mais rota de fuga,
nem plano B,
nem versões de mim que não te incluam.
Você é a pergunta e a resposta.
A dúvida e o alívio.
A vertigem e o pouso.
E se isso for loucura,
que seja doce.
Que seja nossa.
Que seja... sem volta.