Prerrogativas do Amor

Amo-te mais que a fria brisa que bate em meu rosto

Amo-te mais que dias de chuva

Amo-te como cavalgadas em fim de tarde

Como sorver um cálice de vinho

Amar-te exige sacrifícios

Exige muito mais ser do que ter

Trás como conseqüência um desvairio da mente

Uma loucura compactuada entre o amor e a razão

Onde os dois sacrificam-se entre si

E crescem aprendendo...

Amar-te é muito mais que sentir

Amar-te é algo tão além do abstrato, que foge aos sentidos...

Sentidos esses tão excitados, que não exigem prerrogativas...

Mas para que? Se nem mesmo para o amor elas existem?

Amar-te vai mais além do que qualquer pensamento,

Qualquer ato...

É tudo e muito mais...

Trás a saudade massacrante da ausência,

As lágrimas doridas da distância,

Amar-te exige ter peito de aço,

Para suportar as conseqüências desse amor...

Que nesse instante me faz olhar para as nuvens do céu cinzento te buscando

Que me faz lembrar do gosto da saliva,

De como é doce o toque das mãos,

De como você vê a lua avermelhada daí...

E eu tão distante, mas tão perto...

Amar-te me faz ver que a vida pode e deve ser vivida,

E sentida.

Amar-te nada mais é que o vôo dos pássaros num fim de tarde,

Nada mais é as ondas do mar batendo nas areias,

O brincar com as mãos com o vento,

É fazer bichos enormes com as sombras, se os dedos são tão pequenos...

É esticar os braços e chegar em você...

Amar-te é tão simples,

E é tão complicado que é necessário não entender para sentir.

Priscilia Nascimento
Enviado por Priscilia Nascimento em 29/03/2005
Código do texto: T8493