LENTIDÃO DA TARDE

Os dias, as horas, o sol, tudo passa

e eu ansiosa por um sorriso

no meio deste turbilhão de palavras, que não são minhas

nem tuas,são do bosque interior

duma rosa transparente, dum fulgor branco

onde te encontrei.

Beijo quem não conheço,

olho levemente a tua boca

que quero beijar, mas

a respiração são águas onde me deito e sonho contigo.

Quem sou?

uma nuvem, um bálsamo,

no meio duma nudez absoluta e ardente,

a seiva, as lágrimas perdidas no vento,

um regato,

uma sombra redonda que se perde no vento brando

na perfeição do sol que arde em soluços

atravessando a lentidão desta tarde tão fragil.

Nesta dança

dum corpo que procura um poema que sobrevive sem mim.

Deixarei tocar a valsa da vida

e sentir os teus passos dentro de mim.

Esta futilidade em que vejo o mundo e seus componentes

perturbam-me o gosto pelas palavras.

É uma luta pelo presente, sem ser o meu presente

quanto mais escrevo emoção menos o mundo

me entende.

Navego na solidão procurando as palavras para encontrar

a emoção, a liberdade, a paz o AMOR...

Domingo, Fevº 2008

Amália LOPES

amaliapoemass
Enviado por amaliapoemass em 10/02/2008
Código do texto: T853961
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