(des)Espero

Depois de minutos infindáveis esperando,

almejando e cansando, com esperança,

tudo aquilo que esse alguém pudesse dar,

pensei, pensei de novo,

pensei até esgotar o meu pensamento

de pensamentos inacabáveis

que permanecem, ainda, algures,

escondidos do que desejo

que seja a realidade.

A esperança será

a última a morrer...

Mas nada mais pode restar

depois de minutos intermináveis

de espera.

Tal como tudo que vive,

a esperança envelhece,

depois de preces esquecidas

e promessas que não são ouvidas,

envelhece com a falta de um olhar

ou palavra não dirigida.

E, tal como tudo que é vivo

e que envelhece,

a esperança corre para o nada

e corre contra o tempo

e acaba por morrer,

legando o vazio.

15 de Agosto de 2005