Para ti...

Na solidão em que tropecei,

encontro um refúgio

para as minhas lembranças,

tão breves e eternas...

E perco-me na sua imensidão,

no abraço apertado da tristeza,

no calor do sentimento,

sem certezas

sobre aquele momento,

em que o teu corpo tremeu

por estar tão perto do meu...

Será que o vento

pode levar este desejo

num sopro só?

Ou, talvez,

me mantenha aprisionada

neste segundo

que parece não ter fim...

E, se assim permanecer,

não esquecerei

a lágrima que te fiz chorar,

nem o sorriso que me levaste,

quando foste embora.

Mas apenas recordarei, feliz,

o instante em que senti

que fomos um só.

12 de Maio de 2005