Poema ao meu Amor - II

Debruça-se o olhar no horizonte

Amanhecendo saudades, alvorecendo-te em mim

Habita-me o mesmo silêncio displicente

Desatento de quaisquer palavras

Aconchega-me essa mudez lassa

Que se prolonga entregue aos meus olhares

Desafiando a pressa do tempo, a urgência da existência

Como dizer dos sons que me tocam a alma

Distantes de qualquer mundo já conhecido?

Como denunciar a mansidão

Que apenas em mim se reconhece

Quando as minhas mãos valsam saudades

E te desejam ao alcance das minhas?

A solidão que há em mim fala de todos os sonhos

Dos segredos que calamos

Na cumplicidade dos nossos olhares

A solidão que me denuncia

Confessa uma ausência que sou eu, que és tu

O silêncio que mora em mim, narra a nossa história

Os passos que caminhamos

Em ruas outrora vazias de esperanças

Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 01/03/2008
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T882196