Alva
Suave a tua voz
Languida ao telefone
Ao falar coisas da vida
Arrebata-me de fome
Sara minhas feridas
Dourados os teus cabelos
Amarrados em madeixas
Perigosos feito redes
Longas crinas
Que voam teus galopes
Macia a tua tez
Por onde caminho as mãos
Nas curvas sinuosas
Tuas retas perigosas
Tento conter a excitação
Meigo o teu rosto
Que deita teu sono
Descansa tuas linhas
Acorda meus arroubos
Desperta meus libidos
Vermelha a tua boca
Que beijos não me roubam
Fruta molhada suculenta
De tórridos sabores
Que meus lábios me lamentam
Perfeito o teu corpo
Que toco devagar
Com meus dedos cautelosos
Delicadamente a tatear
Nesse silêncio cuidadoso
Róseos os teus mamilos
Que me chamam ao teu seio
Fitam-me sedentos
Nos momentos de anseio
De aconchego no teu peito
Cálido o teu sexo
Orquídea cor de fogo
Jardins onde o teu jogo
Incendeia nosso nexo
E me inunda em tua seiva
Alva a tua luz
Que me cega ao acaso
Ofusca-me no ocaso
Meus olhos inebriados
Resta-me então render-me.