In memoriam

In memoriam

Há dias que os anjos guardam para eles

Aqueles dias especiais de aromas adocicados

De pele e pelos que se tocam e cruzam

Corpos suados molhados de amor.

Dias santos e profanos de cada ser

Em que somos anjos e demónios

Subimos aos céus e descemos ao inferno

Por mãos que tocam-nos o supremo do ser.

Há dias em que o abandono nos abandona

E abrimos o coração sem medo do que possa acontecer

Pelo simples fato de querer que aconteça

O encontro, a vida e o amor.

Não há muito mais que faça vibrar o interior

Mas simplesmente o esplendor de um sentimento

Que nada busca receber, apenas conceder, conceber

O amor que lhe sufoca a alma e já não cabe no coração.