Viciado em amor

Hoje que a febre da paixão cedeu
E a minha razão começa a reagir
Percebo o quanto sofremos
Na ânsia de possuir
O precioso objeto do desejo.
Desejar o inalcançável...
Esta é a meta para os que querem padecer:
Afligir-se, doer-se, doar-se, carpir-se
Humilhar-se, despir-se, e rir-se...
E chorar muito do próprio ridículo.
E dos despojos de um amor carbonizado
Pela indiferença e pela perfídia,
Renascer qual um ser inumano
Pleno de toda vergonha e desfaçatez
E novamente amar, amar...
Amar até morrer!




*Auguste Rodin. Cupide et Psique.
Edmar Claudio
Enviado por Edmar Claudio em 17/04/2008
Reeditado em 17/04/2008
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